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Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2018

Dizer trevas

Como Orfeu, toco a morte nas cordas da vida e à beleza do mundo e dos teus olhos que regem o céu só sei dizer trevas. Não te esqueças que também tu, subitamente, naquela manhã, quando o teu leito estava ainda húmido de orvalho e o cravo dormia no teu coração, viste o rio negro passar por ti. Com a corda do silêncio tensa sobre a onda de sangue, dedilhei o teu coração vibrante. A tua madeixa transformou-se na cabeleira de sombras da noite, os flocos negros da escuridão nevavam sobre o teu rosto. E eu não te pertenço. Ambos nos lamentamos agora. Mas, como Orfeu, sei a vida ao lado da morte, e revejo-me no azul dos teus olhos fechados para sempre. Ingeborg Bachmann, O tempo Aprazado Foto de Maria João Alves

A solidão é um luxo

"(...) desenvolveu o hábito mais encantador do mundo, o hábito da leitura: não sabia que, assim, estava a construir o seu refúgio para todas as agruras da vida; também não sabia que estava a criar para si próprio um mundo irreal que iria tornar o mundo real do quotidiano numa fonte de amargas desilusões."  - Servidão Humana Somerset Maugham

Como nós

Os livros, por vezes como nós, no limiar do esquecimento...

O Singular e o particular

Cose-te: brilhas nas cicatrizes Herberto Helder Desenho Ricardo Gomes

Florescer

"Tu eras também uma pequena folha que tremia no meu peito. O vento da vida pôs-te ali. A princípio não te vi: não soube que ias comigo, até que as tuas raízes atravessaram o meu peito, uniram-se aos fios do meu sangue, falaram pela minha boca, floresceram comigo." - Pablo Neruda. Foto de Maria João Alves
"Nós somos plantas que - quer nos agrade confessar quer não - , apoiadas nas raízes, têm de romper o solo, a fim de poder florescer no Éter e dar frutos." Martin Heidegger, in Serenidade Foto de Maria João Alves

Poesia

Quando o Domingo não parece dizer tanto, mas diz...